quarta-feira, 24 de abril de 2013

Mais sobre aquecimento global


   
É curioso que vários grupos que negam a evolução nos Estados Unidos também têm uma agenda de negacionismo acerca do aquecimento global. A dupla negação talvez tenha seja uma espécie de atalho epistêmico para atacar duas coisas que são satisfatoriamente demonstradas na ciência. Também mostra o quanto irracional pode ser uma mente ao criar baluartes no qual nenhuma evidência e argumentação consegue sensibilizar.

   Uma interessante observação foi sugerida no excelente podcast "Fronteiras da Ciência" da rádio da UFRGS dessa semana ("O reaquecimento do aquecimento global"). Existem pessoas que entendem que a natureza está fora do alcance de análise do ser humano. Para esses, tanto a evolução natural como o aquecimento global são coisas inaceitáveis.
   Os participantes debatem as novas evidências sobre o aquecimento global antropogênico, sobretudo o artigo publicado na revista Nature no mês de março, intitulado de “A Reconstruction of Regional and Global Temperature For The Past 11.300 anos (Uma reconstrução da temperatura regional e global dos últimos 11.300 anos). De acordo com o professor Rualdo Menegat do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia da UFRGS: "A partir de uma base intensa de uma coleta de dados esse artigo coloca em definitivo que o aquecimento não é em virtude do holoceno (período inter-glacial que estamos vivendo, iniciado há 11.500 anos atrás). O artigo nos mostra que o aquecimento em curso é um aquecimento anômalo em relação às médias de temperaturas, aos picos de temperaturas máximas e mínimas, dos últimos 11.300 anos."

Resumo do artigo debatido

Reconstruções da temperatura da superfície dos últimos 1.500 anos sugerem que o aquecimento recente não tem precedentes ao longo desse período. Fornecemos uma perspectiva mais ampla, reconstruindo as anomalias de temperaturas regionais e globais nos últimos 11.300 anos a partir de 73 registros distribuídos globalmente. No início do Holoceno (entre 10.000 e 5.000 anos atrás), o aquecimento é seguido por ~ 0,7 °C de resfriamento a partir do meio para o final do Holoceno ( antes de 5.000 anos atrás), culminando nas temperaturas mais baixas do Haloceno durante a "Pequena Idade do Gelo", cerca de 200 anos atrás. Esse resfriamento é amplamente associado com a mudança de aproximadamente 2 °C no atlântico norte. Temperaturas globais da última década não ultrapassaram os valores interglaciais do pico, mas são mais quentes do que 75% da história do Haloceno. As projeções do modelo do IPCC para 2100 excedem a distribuição total de temperatura do Haloceno em todos os cenários plausíveis de emissões de gases de efeito estufa.

Referências
- Podcast Fronteiras da ciência




- Artigo


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