domingo, 20 de julho de 2014

O sensacionalista e o sanguinário

Com a queda do avião malaio surgiram sensacionalistas e sanguinários. Os primeiros advogam que a cura da Aids estaria no avião, manifestando um completo desconhecimento sobre como se dá o processo científico. Os segundos são, talvez, moralmente os piores: queriam que os políticos brasileiros fossem mandados para um voo da morte.

O ímpeto de querer substituir pessoas mortas em uma acidente por outras pessoas revela bastante sobre como o indivíduo entende coisas morais: provavelmente ele pouco se distingue quanto aos atos do tal político que ele despreza; comete a ignorância de dizer que todas as pessoas públicas criam um grupo perfeitamente homogêneo e a cegueira da incapacidade de reconhecer políticos honestos e competentes.

Um provável diagnóstico do pessoal com desejo sanguinário: mais impopular do que a política brasileira é a ignorância sobre o que é direitos básicos. Supondo que a piadinha tenha alguma graça, a ideia que explodir um 
boeing lotado de políticos fosse resolver alguma coisa só teria alguma eficácia (sic) se antes o próprio proponente disso fosse capaz de se distinguir moralmente daquele que ele mesmo abomina.

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